Um dos símbolos da identidade gaúcha, a erva-mate tornou-se o primeiro patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul.
A oficialização aconteceu na última semana, com a assinatura do termo de registro em que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) reconhece o valor histórico-cultural do Sistema Cultural e Socioambiental da Erva-Mate Tradicional, envolvendo o seu cultivo e comercialização. Trata-se do primeiro registro desta natureza no estado.
O governador Eduardo Leite comentou sobre a identificação dos gaúchos a partir do hábito do chimarrão, que tem a erva-mate como ingrediente, e sobre a importância da preservação e proteção deste símbolo.
“Com esse registro, reconhecemos e protegemos algo que já faz parte da identidade do nosso povo. O chimarrão é nossa bebida típica, que popularizou a erva-mate, e o companheiro do dia a dia do gaúcho em um ritual que une famílias e amigos”, observou.
“Quando estamos fora do estado, identificamos claramente outros gaúchos a partir deste hábito”, disse.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de folha verde de erva-mate no país e o maior exportador nacional do produto.
A planta, que já foi reconhecida como árvore-símbolo do estado, é cultivada em mais de 32 mil hectares, principalmente por pequenos produtores rurais.
Leite destacou a relevância econômica da erva-mate e os efeitos do seu registro como patrimônio cultural imaterial.
“Tudo o que se faz para valorizar e defender um patrimônio imaterial como esse agrega valor não apenas à produção, mas também ao que circunda essa cadeia produtiva. As propriedades e localidades que mais se conectam ao sistema de cultivo tradicional da erva-mate, por exemplo, geram possibilidade de exploração turística porque é algo que desperta o interesse das pessoas. Então, além da valorização de uma identidade cultural e dos povos originários envolvidos no processo, existe também uma repercussão econômica positiva que toca na vida das pessoas”, afirmou.
O processo para fazer da erva-mate um patrimônio imaterial começou em 2022, quando o Iphae apresentou um parecer técnico balizando o pedido de registro.
O texto foi apreciado pela Câmara Temática do Patrimônio Cultural Imaterial (CTPCI) e aprovado por unanimidade em abril deste ano. O processo de instrução e indicação para registro continha mais de 700 páginas de pesquisas sobre o tema.
Bem imaterial
Quando um bem se torna patrimônio cultural significa que ele tem relevância artística, histórica e social para ser perpetuado.
No caso de bens materiais, como conjuntos arquitetônicos, jardins e obras de arte, ocorre o tombamento. Quando se trata de bens de natureza imaterial, tem-se o registro.
Fonte: Olhar Alerta