O Jogo do Tigrinho, uma plataforma de apostas on-line, tem se tornado uma armadilha perigosa para muitas famílias brasileiras. Prometendo ganhos rápidos e fáceis, atrai jogadores de todas as idades, mas os resultados são frequentemente devastadores, com consequências financeiras e emocionais profundas.
Desde 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o uso excessivo de jogos eletrônicos como uma doença, destacando os prejuízos físicos, psicológicos e sociais associados. No Brasil, o vício em apostas on-line, especialmente no Jogo do Tigrinho, levou a dívidas insustentáveis, desintegração familiar e até suicídios. Em São Paulo, a Polícia Civil investiga pelo menos quatro suicídios recentes vinculados a essas apostas.
As plataformas operam fora do Brasil, em países como Malta e Estônia, complicando os esforços legais para interromper suas atividades. Esses sites, além de facilitarem jogos de azar ilegais, também estão envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. A situação se agrava com a participação de influenciadores digitais, que promovem esses jogos em redes sociais, seduzindo seus seguidores com promessas de ganhos fáceis.
Os danos psicológicos e financeiros são alarmantes. Relatos de pessoas que perderam tudo são cada vez mais comuns. Um caso emblemático é o de uma enfermeira de Piracicaba que desapareceu após uma crise emocional causada por dívidas no Jogo do Tigrinho. Outros jogadores venderam imóveis e bens, afundando em dívidas impagáveis e mergulhando em desespero.
O Jogo do Tigrinho não é apenas uma questão de contravenção penal; trata-se de um fenômeno que envolve crimes complexos e perigosos, afetando gravemente a saúde mental e o bem-estar de inúmeras famílias. A necessidade de intensificar a fiscalização e promover campanhas de conscientização é urgente. Apenas com esforços conjuntos das autoridades e da sociedade será possível mitigar os impactos devastadores desse tipo de jogo, protegendo os mais vulneráveis dessa armadilha moderna.
Fonte: Momento MT