Na última terça-feira, 13 de agosto, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso intensificou os esforços no combate a 19 incêndios florestais que assolam diversas regiões do estado. As ações envolvem 119 bombeiros, cinco aviões, 38 viaturas, incluindo caminhões-pipa e caminhonetes, 16 máquinas pesadas e um barco.
No Pantanal, a situação é crítica, com 59 bombeiros atuando em várias frentes. As operações estão concentradas na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, em Barão de Melgaço, na Fazenda Cambarazinho e Porto do Triunfo, em Poconé, na divisa com a Bolívia e em Porto Conceição, em Cáceres. Para essas áreas, foram deslocados três aviões, 12 viaturas, quatro máquinas e um barco, na tentativa de conter as chamas que ameaçam essa importante região ecológica.
As operações de combate aos incêndios no Pantanal contam com o apoio de oito funcionários da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), três membros da Defesa Civil do Estado, um integrante do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), além de brigadistas do ICMBio e Ibama, e militares das Forças Armadas (Exército, Força Aérea e Marinha).
No Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, brigadistas do ICMBio e do Ibama estão atuando na linha de fogo próxima à divisa da Reserva Particular do Patrimônio Natural Estância Dorochê. Já no Parque Estadual Serra Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade, 13 bombeiros trabalham na contenção das chamas.
Na capital, Cuiabá, 12 militares estão empenhados no combate aos incêndios nas regiões da MT-351 (Estrada do Manso), Aguaçu e Campo Limpo.
Outros incêndios são enfrentados em áreas como a APA Nascente do Rio Paraguai, em Diamantino, no Sítio Salvador, em Aripuanã, e na Fazenda Luz do Luar, em Juína, entre outros locais críticos.
Além do combate direto, o Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) mantém um monitoramento constante de outros incêndios, que incluem áreas como a Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt, entre Aripuanã e Colniza, e várias fazendas espalhadas pelo estado, como a Fazenda Maika, em União do Sul, e a Fazenda Bonanza, em Cláudia. O monitoramento se estende também às Terras Indígenas Capoto Jarinã, Sangradouro/Volta Grande e Perigara, onde, devido à necessidade de autorização da Funai, a entrada dos bombeiros ainda não foi realizada.
A severa estiagem e a baixa umidade do ar estão contribuindo para a rápida propagação das chamas, tornando o trabalho dos bombeiros ainda mais desafiador. O Corpo de Bombeiros faz um apelo à população para respeitar o período proibitivo de uso do fogo e denunciar qualquer indício de incêndio pelos números 193 ou 190.
Desde o início do período proibitivo, 53 incêndios florestais foram extintos em municípios como Cuiabá, Pontes e Lacerda, Chapada dos Guimarães, Sorriso, Vila Rica, entre outros.
O Programa BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou 784 focos de calor entre segunda-feira (12) e terça-feira (13). Destes, 394 estão concentrados na Amazônia, 352 no Cerrado e 38 no Pantanal, demonstrando a extensão do problema enfrentado pelo estado.
Apesar de um foco de calor isolado não significar necessariamente um incêndio florestal, o acúmulo desses focos pode levar a grandes incêndios, o que reforça a importância da vigilância constante e das ações de combate rápido.